Lacerda Comércio e Serviço

O principal motivo do prognóstico positivo de trabalhadores e de empresários da construção civil é a realização de obras pelo governo local. No ano passado, setor ficou em 8º lugar no ranking do maior saldo de empregos criados no país

A construção civil, no Distrito Federal, comemora o desempenho de 2022 e mantém ótimas perspectivas para 2023. No ano passado, o setor ficou na 8ª posição do maior saldo de postos de trabalho criados, atrás apenas de estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, de acordo com dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Distrito Federal (Sinduscon-DF). Foram sete mil novos empregos. Atualmente, o setor representa 55,9% do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria local. O momento é comemorado tanto por trabalhadores quanto por empresários. As obras do Governo do Distrito Federal (GDF) são apontadas como as principais responsáveis pelo cenário.

“As perspectivas para 2023 são as melhores. O governo divulgou um pacote de obras de infraestrutura de mais de R$ 2 bilhões e de mobilidade de mais de R$ 1 bilhão, além da construção de escolas e hospitais. Sabemos que o governo tem dinheiro no caixa para executá-las, pois, nos últimos quatro anos, as obras de infraestruturas têm sido pagas em dia”, afirma o presidente do Sinduscon-DF, Dionysio Klavdianos.

O empresário diz, ainda, que existe a expectativa de constituição de novos bairros. “Estamos esperando o lançamento do Jóquei Clube para este ano de 2023. É importante falar da questão da construção formal, fornecimento de terrenos legalizados e desburocratização, para que possamos empreender”, avalia.

De acordo com Dionysio, um dos maiores problemas enfrentados pelo setor é a grilagem de terras, que consiste na ocupação e exploração ilegal de áreas públicas por indivíduos com interesses privados. “Isso se combate disponibilizando bairros legalizados de forma rápida, para que possamos fazer os empreendimentos”, pontua Dionysio.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brasília (Sticomb), Raimundo Salvador, compartilha o prognóstico favorável. Para ele, o panorama positivo se deve a uma estabilidade econômica no país. “No DF, nos últimos quatro anos, tivemos desburocratização na liberação de obras, investimentos em obras de infraestrutura, e isso gerou muitos empregos. Acreditamos que o bom momento continuará em 2023”, observa. “O ano de 2022 foi muito bom na geração de empregos no nosso segmento. Julgamos que, em algumas funções, temos o princípio constitucional do pleno emprego atingido. Para 2023, as perspectivas são ótimas. Temos muitas obras sendo lançadas”, analisa Raimundo.

Mercado imobiliário

Iniciativa conjunta do Sinduscon-DF e da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi), a pesquisa Índice de Velocidade de Vendas (IVV) é uma sondagem mensal junto às construtoras e incorporadoras mais representativas da capital federal. O termômetro do mercado imobiliário mede o ritmo de vendas — quanto mais alto o indicador, menor foi o tempo necessário para comercializar as unidades dos empreendimentos no mês. O último dado registrado foi de 7,9%, em dezembro de 2022. O recorde registrado no ano passado foi em agosto — 10,4%. Conforme Dionysio Klavdianos, o IVV considerado normal é de 5%.

O médico Jairo Marques, 67 anos, está fazendo uma pesquisa de mercado para comprar um imóvel para a filha, este ano. “Ela está morando em um apartamento de dois quartos e nós achamos que está na hora de um up grade”, conta Jairo.

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